Quem olhasse num relance
Diria que eram iguais
Sem atentar-se às nuances
Que cada qual trazia em sinais
Duas folhas de uma mesma raiz
Tão próximas e tão individuais
Como se originadas em mesma matriz
Mas guardando seus detalhes vitais
Hoje vivas, amanhã quem sabe?
No ciclo natural da vida
Cumprindo o papel que lhes cabe
Sem reservas ou meias medidas
Pensando nessa grandeza
De cada detalhe visto em tudo
O coração encontra a beleza
Onde o pensamento fica mudo
Pode o homem tal obra fazer?
Não, por certo, eu opino
Mas se arvora este em não crer
Na obra que se origina do Divino
Quantas folhas num pequeno arbusto. E cada uma com detalhes únicos!
Donde provém esse capricho singular em tudo, tanto no micro, quanto no macrocosmo?
Não sou o que se convencionou chamar de criacionista. Mas estou muito longe de ser o que acha que a ciência explica tudo. Me agrada muito a ideia de Shakespeare imortalizada na fala de Hamlet que, se dirigindo a Horácio, diz: “Há mais coisas entre o céu e a terra do que supõe sua vã filosofia”.
Não espero convencer você de nada, porque a unica certeza que tenho é que tenho dúvidas a serem respondidas. Mas se puder e achar que vale a pena, reflita sobre esse poema e o que ele apresenta.